terça-feira, 29 de setembro de 2009

Jornal Brasília

Gente, saiu hoje uma entrevista com Roberta em um jornal de Brasília, o "Correio Braziliense". Na entrevista ela fala de como foi a experiência de gravar seu primeiro DVD.

Segue a entrevista feita por Rosualdo Rodrigues ...

*Como foi a primeira experiência de gravar seu primeiro show em DVD? Gostou do resultado?


Roberta Sá: Gravar 21 músicas em um dia só, foi um desafio e todos fizeram um belíssimo trabalho: as diretoras Gabriela Gastal, Gabriela Figueiredo e Dora Jobim, da Samba Filmes, a direção do show assinada por Bianca Ramoneda e Pedro Luís, o cenário do Gringo Cardia, o figurino de Isabela Capeto, a luz do Samuel Betts, os músicos, a direção musical de Rodrigo Campello, a produção de áudio do Renato Alscher e toda equipe envolvida. Eles realizaram esse registro com cuidado e competência impressionantes. Contamos também com um público extraordinário, que dançou e cantou do início ao fim. Mais que satisfeita, fiquei emocionada com o resultado. É maravilhoso ter o primeiro registro ao vivo da minha carreira com tanta qualidade.

* Nota-se todo um cuidado com o show (cenário, figurino...) Você se envolve com essas coisas ou seu negócio é cantar?
Roberta Sá:
Faço questão de cuidar e acompanhar todos os processos e participar de todas as decisões que envolvem meu trabalho. Mas não faço nada sozinha. Para que tudo dê certo, tenho a sorte de contar com profissionais competentes generosos e dedicados.


*Pedro Luís é um parceiro constante. Como é conciliar casamento musical e doméstico?
Roberta Sá:
O Pedro é o compositor que mais gravei até hoje. São sete músicas dele no DVD das quais duas são nossas. É o meu maior e mais constante parceiro. Temos uma afinidade musical enorme. Além de grande compositor, é um diretor dedicado e um artista muito sensível. Tê-lo envolvido no meu trabalho é muito enriquecedor.


*Apenas dois discos e você já consegue reunir um time de convidados de primeira. A que atribui esse prestígio? E como se deram essas escolhas e convites?
Roberta Sá:
Sinto-me privilegiada e tenho uma história diferente com cada um desses convidados especialíssimos. O Ney está presente na minha carreira desde o início. Tive o enorme prazer de dividir uma canção com ele já no meu primeiro disco, para o qual gravamos Lavoura (Teresa Cristina e Pedro Amorim). A partir daí, nunca paramos de nos encontrar e compartilhamos o palco diversas vezes. Tê-lo no primeiro registro de imagem da minha carreira era, além de natural, importantíssimo.

O Chico é uma das minhas maiores referências, um dos responsáveis pela minha paixão pela música brasileira. A canção que gravamos juntos, Mambembe, é uma espécie de hino do ofício de ser artista. No dia em que fomos fechar quais seriam as participações do DVD, falei da alegria que sentiria em cantar essa canção com o Chico ao meu empresário, João Mário Linhares, que ligou pra ele na mesma hora. Até hoje não acredito que ele aceitou o convite!



O António Zambujo, conheci em Lisboa, por meio do Ricardo Cruz, produtor do disco dele. Fui fazer shows em Portugal e o Ricardo nos levou para o Senhor Vinho, casa de fados onde o António se apresenta. Gravamos juntos para o lançamento no Brasil, com arranjo de Marcello Gonçalves, acompanhados pelo Trio Madeira Brasil, Fado partido. Na ocasião, o convidei para cantar no DVD Eu já não sei, fado tradicional que está nesse mesmo disco dele. O sensacional Yamandú Costa, com quem fiz Modinha, clássico de Tom Jobim, é um dos maiores músicos da minha geração, além de amigo querido.

No show, ainda tive a alegria de fazer um dueto em Novo amor com o príncipe do bandolim, Hamilton de Holanda, outro músico de enorme talento que já havia participado do meu segundo disco em 2007, e o Samba do balanço, sucesso na voz do grande cantor Miltinho, que tenho o prazer de revisitar com Marcelo D2, com quem já havia gravado ano passado para o disco dele. Esse DVD, sem dúvida, confirmou parcerias que são muito preciosas pra mim.

*Há preferência de jovens cantoras pelo samba. Com você, particularmente, como se deu essa aproximação?
Roberta Sá:
Na verdade o samba sempre foi gravado por cantoras brasileiras — Elis Regina, Elizeth Cardoso, Elza Soares… — que não são necessariamente cantoras que abraçaram o gênero como única forma de expressão, sempre o tiveram em seus repertórios. Meu encontro com o samba aconteceu por meio dessas cantoras e de artistas como João Gilberto, Caetano Veloso, Tom Jobim, Chico Buarque e muitos outros que sempre cultuaram e gravaram compositores como Cartola, Nelson Cavaquinho, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi etc. A partir deles procurei reencontrar nossas raízes, não só no samba, mas também no frevo, no jongo, maracatu e em toda diversidade existente no cancioneiro popular brasileiro.


*Tem vontade de gravar outros gêneros, diversificar?
Roberta Sá:
A música brasileira é riquíssima. Nesse meu último trabalho tem samba, frevo, jongo, coco… Isso tudo misturado e transformado nas sonoridades em que venho trabalhando com o Rodrigo Campello, produtor e diretor musical, desde o Braseiro, lançado em 2005. Tudo isso é usado como referência. Tenho apenas dois discos e um infinito de possibilidades pra explorar no futuro.

*Você é potiguar. Qual a influência do Nordeste em sua música?
Roberta Sá:
Samba de roda, coco, maracatu são vertentes da música brasileira nordestina que sempre escutei e estão presentes no meu trabalho. Cresci ouvindo Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e tantos outros artistas da minha terra que, sem dúvida alguma, fazem parte da minha formação.


*Já começou a turnê do show? Quais os próximos passos?
Roberta Sá:
Agora vamos rodar o Brasil todo. Vamos para o Nordeste, Sul, Sudeste… Tem bastante show vindo por aí.




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